Paulo C. tem 49 anos e é instrutor de condução há 25 anos.
Paulo compareceu na clínica com queixas de dores no pescoço, entre as omoplatas e na zona lombar, que irradiam para a nádega esquerda e para a perna esquerda. Afirma que o problema já vem de há muitos anos, mas que nos últimos seis meses o levou a visitar o seu médico de família e o ortopedista.
Sofreu um enfarte do miocárdio há cerca de 15 anos e foram-lhe receitados anti-hipertensores e medicamentos para reduzir o colesterol. Também lhe foram receitados anti-inflamatórios para as dores na coluna.
Foi efectuado um estudo radiológico da coluna vertebral numa técnica extra-longa, em pé, descalço; existe a distância de 2 metros do foco do filme em vistas perpendiculares. Acentuação da cifose dorsal e da lordose lombar. Não há alterações significativas das curvaturas fisiológicas no piano frontal. Elevação da crista ilíaca direita de 2 mm. No estudo efectuado em vista frontal, perfil neutro em hiperflexão e hiperextensão, observou-se uncodiscartrose com osteófito denso e bordadura dos planaltos vertebrais em C4-C5, C5-C6 e C6-C7.
Os uncus são pequenos crescimentos ósseos que se observam sobretudo nas vértebras cervicais. Estão localizados em ambos os lados do corpo vertebral. Servem para ligar as vértebras cervicais adjacentes e manter a estabilidade destas últimas. Podem ser afectadas por lesões de osteoartrite e por ossificação anormal. É considerado um desgaste natural dos ossos e das cartilagens.
Esta doença das vértebras é frequente nos idosos. Em média, afecta 60% das pessoas com mais de 60 anos e 25% das pessoas com menos de 40 anos. Para além da idade, as pessoas que correm o risco de desenvolver um processo de co-disco são as que exercem actividades profissionais numa posição sentada estática e as que são demasiado sedentárias.
Ao exame, o Paulo apresentava uma instabilidade pélvica com a perna curta fisiológica do lado esquerdo, rigidez nas vértebras dorsais e cervicais e compressão da articulação occipito-atlantal esquerda.
O tratamento consistiu numa injeção de proloterapia nos ligamentos sacro-ilíacos e no ligamento lombossacro esquerdos. As dores na perna e na zona lombar desapareceram ao fim de três minutos.
Foi-lhe dito que regressasse uma semana mais tarde para efetuar ajustamentos osteopáticos no pescoço e na parte superior das costas.
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